segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Trotsky: A Revolução Começa na Escola ou Norma Rae Curtindo a Vida Adoidado



Fazia tempo que eu não via um filme que encaixasse tão bem em um contexto quanto esse. Nesses tempos em que neguinho ocupa reitoria, ocupa Avenida Paulista e é chamado de desocupado, nada mais adequado que um cara que cisma que é a reencarnação do Trotsky (aquele das aulas de História, lembra? Dormia na aula, né safado?). No entanto, se a intenção do diretor era defender os revolucionários de hoje em dia, era melhor ter sido mandado pra Sibéria.

O pior é que o filme tinha tudo pra ser uma baita comédia. Só fato de um Zé Ruela achar que é o Trotsky e que ter viver a vida exatamente como ele já dá enredo. Ele tem até um quadro de avisos com coisas que precisa fazer como conhecer Lênin (outro reencarnado?) e ser exilado. Estranhamente no quadro não há nada sobre ter que ficar com uma mulher de bigode igual fez o Trotsky original (a genial e revolucionária Frida Kahlo, que ganhou um filme também). 

A película já começa com uma cena hilária do fedelho tentando organizar uma greve de fome na fábrica do próprio pai judeu (interpretado pelo produtor cheiradão em “Amor a queima roupa), sendo boicotado por um imigrante (que acaba comendo umas batatas) e pela madrasta que leva um lanchinho para ele. Só não dá pra chamar o moleque de revolucionário leite-com-pêra, porque ele é judeu e só come comida kosher e o caramba. 


Disposto a dar uma lição no menino (e também economizar uns trocados), o pai resolve que já que ele quer ser Trotsky, então tem que estudar em uma escola pública igual ele. O garoto mal chega e decide que a escola tem que ter um sindicato, já que o grêmio estudantil só serve pra galera fumar escondido e organizar festas (onde que eu já vi isso antes...). Tem até uma menina que é a típica representante da “esquerda festiva”. Nesse meio tempo ele conhece uma mulher e cisma que tem que casar com ela por que ela se chama Alexandra e é nove anos mais velha IGUALZINHO À PRIMEIRA MULHER DO TROTSKY (queria ver se alguém chegasse e falasse “Olha, o Trotsky já deu o (*) quando tinha a sua idade” pra ver o quê que ele iria fazer)




O problema maior aqui é que o filme promete muito, mas no final ele acaba sendo mais um filme de sessão da tarde igual tantos outros que a gente já viu antes. É mais ou menos como um revolucionário de butique, que desrespeita decisão de assembléia e sai fazendo merda por aí (né?). Promete ser estilo “Adeus Lênin”, mas o final é feliz igual as produções “ianques imperialistas” e está cheio de referências que só os canadenses entendem. Por isso que o Canadá é igual ao Nhonho do Chaves: grande e rico mas ninguém dá a mínima.




Pra não dizer que não falei das flores”, tem alguns momentos interessantes como a referência à “O Encouraçado Potenkim”, ou quando o “Trotskinho” resolve fazer o diretor de refém usando uma máscara de porco, estilo “Revolução dos Bichos” e quando ele, finalmente, encontra o “Lênin” (vale o filme todo).










Cotação: (*) (*) (*) (*) (*) - Melhor que apanhar do Choque.

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