12 Filmes Para Ver Antes do Mundo Acabar: #12 - Cinderela Baiana (1998) ~ Cia Kómus de Comédia

Primeiro e único! Graças a Deus!

Há muitos filmes que ficam mais famosos pelo que se ouve falar deles do que pelo que diz quem os assitiu de verdade. "Plano 9 do Espaço Sideral" de Ed Wood, foi visto por muito pouca gente, mas até hoje é considerado "O Pior Filme de Todos os Tempos". "Amor Estranho Amor" da Xuxa e "O Garanhão Italiano" de Sylvester Stallone foram chamados de "pornôs", quando na verdade são filmes eróticos (bem) mal feitos. Assim também é "Cinderela Baiana", de Conrado Sanchez (não é o marido da Andréa Sorvetão), que antes de dirigir essa merda foi o realizador dos filmes "Como Afogar o Ganso", "A Menina e o Estuprador" e "A Menina e o Cavalo" (é sério) o que explica o fato de não conseguir fazer um "conto de fadas moderno" sem avacalhar com tudo durante o processo.

Confiança demais, planejamento e verba de menos e "amizade" explicam porque esse filme é a grande porcaria que é. "Confiança demais" no simples fato de, por ser Carla Perez a estrela que era, garantir o sucesso do filme só pela sua simples presença. "Planejamento e verba de menos " fica evidente para quem assiste ao filme. Só para os produtores conseguirem chegar até Carla foram 6 meses e os 2 meses que estavam previstos para a produção foram reduzidos para um, sem contar a dificuldade de se gravar com a estrela (?) em Salvador, haja vista a multidão que se formava com a sua simples presença.

Não passa carro nessa estrada?

Se para um filme, ter o seu tempo de produção reduzido pela metade, equivale a sua morte, colocar atores ruins no elenco é garantia de que não só o filme morreu como vão cagar no seu túmulo. Os pais de "Carlinha" são ruins (a mãe deve dar graças a Deus de ter morrido e não ter enfiado o pé de vez nessa droga), dos moleques que pedem dinheiro na estrada não se consegue entender nada do que dizem, a "rival" de Carla é canastra até a raiz do cabelo tingido, Carla Perez também, e do elenco de apoio é melhor nem falar. Mas justiça seja feita, nenhum deles deve ter frequentado uma escola de interpretação ou tinha uma carreira de ator antes do filme o que justifica a bosta que produzem. Pior é o caso de um ator, já consagrado que caga toda a interpretação e que será usado para explicar o tópico "amizade".

CINDEREEEEEELAAAAAAAA!!!!

"Amizade". Só isso justifica o fato do, hoje falecido, ator Perry Salles ter aceitado fazer o papel de sósia do Dr. Wily do Mega Man e empresário de Carlinha nesse filme, afinal desde a novela "Mandala", em que a Vera Fischer botou-lhe uma bela galhada com o ator Felipe Cuamargo, que ele não fazia um papel de sucesso. Deve ser por causa desse trauma que ele quis se vingar descontando sua frustração no diretor do filme e no público. Só assim para justificar uma atuação EXTREMAMENTE EXAGERADA por parte desse senhor. Se você procurar o verbete "canastrão" no dicionário (ou na Wikipedia) vai aparecer um gif animado desse véio maluco grutando: CINDEREELA BAIAAAAAAAAAANAAAAAAAA!!!! Se o Perry Salles era amigo de alguém, pode crer que era da onça, porque puta merda...

"Eu era assim..."

"...fiquei assim!"

"Amizade" também explica a quantidade de números musicais que tem nesse filme. Carlinha fez questão de botar músicas de todos os seus amigos, da Banda Eva, Banda Cheiro de Amor, Olodum e tantos outros nesse filme. A mais amiga é Catia Guimma, afinal sua música "Girar o mundo" toca 6 (?!) SEIS VEZES DURANTE TODO O FILME. E de Alexandre Pires o caso é maior do que amizade. Duvido que aceitaria filmar essa droga se não fosse namorado de Carla nessa época, ainda mais sabendo que iria protagonizar uma cena igual essa aqui:

Para não dizer que o filme só tem aspectos ruins, vamos aos seus pontos positivos: Se não fosse pela grana que ganhou com esse chorume cinematográfico, Lázaro Ramos não teria largado seu emprego de técnico em patologia e se dedicado de vez ao teatro e virado ator de vez (por mais que a gente esteja enjoado dele). Se não fosse pelo fracasso desse filme, Bruno Cortês teria se empolgado com a carreira artística e jamais seria o lateral esquerdo que é (sério, o ator que acompanha o Lázaro Ramos no filme é bem parecido com o lateral do São Paulo). Se não fosse também pelo fracasso desse filme, Carla Perez teria se animado e aí teríamos uma nova Xuxa Meneghel, lançando um filme por ano (Afinal "Cinderela Baiana" é o "Lua de Cristal" do final dos anos 90). E se não fosse por essa desgraça, muito diretor brasileiro iria entrar em depressão achando que não existe filme pior que o seu (que o diga quem dirigiu "As Aventuras de Agamenon, o Repórter")